Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos. – Mt 15.26
Aquela mulher estrangeira e insistente estava a um passo de tornar-se filha! (Jo 1.12). O diminutivo afetuoso, empregado para os cachorrinhos domésticos, deixaram aquela estrangeira encorajada a pedir uma chance a Jesus, para ser tratada como um deles. O propósito do Senhor ia além! Ela receberia o poder de ser filha de Deus, crendo no seu nome.
Família é mais importante que animal de estimação! “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos”
O Brasil possui a segunda maior população mundial de cães e gatos domésticos. Para a maior parte dos donos de animais, o cachorro é considerado membro da família. O Brasil já é o segundo entre os maiores mercados mundiais para produtos de animais domésticos, atrás apenas dos Estados Unidos. Ração gourmet, spa de cachorros, relaxamento canino e TV a cabo para cães são exemplos de serviços que já existem e que ficam na fronteira entre o luxo e o exagero mais delirante. É parte da estratégia desse mercado bilionário e promissor transformar os bichinhos em concorrentes de consumo junto aos humanos.
Os bichos de estimação nunca foram tão acolhidos, mimados, enfeitados, bem cuidados e desejados no Brasil quanto agora. Uma questão incluída na Pesquisa Nacional de Saúde , parte de um levantamento inédito realizado pelo IBGE, mostrou que o número de cães nos lares brasileiros superou o de crianças: a cada 100 famílias no país, 44 criam cachorros, enquanto só 36 têm crianças. A pesquisa apontou a existência de 52 milhões de cães, contra 45 milhões de crianças até 14 anos.
Os animais frequentemente têm sido a alternativa escolhida para preencher o vazio em lares com pouca gente, segundo expressam os pesquisadores, que acrescentam: as mulheres vêm tendo menos bebês, e, quando os têm, decidem fazê-lo mais tarde, ao tempo em que há o aumento da população idosa, cujos filhos já saíram de casa.Com lares e berço vazios reunidos, concluem os estudiosos, sobram espaço, tempo e dinheiro para os bebês de quatro patas.
Optamos por extrair dados reportados por uma revista de circulação nacional e os comentários também publicados pelo mesmo veículo de comunicação, uma semana depois, de leitores deste semanário, para ao final chegarmos a algumas conclusões.
O 1º comentário é feito pelo leitor João Evangelista Teixeira Lima, que assim expressa: “Gosto dos animais, respeito-os e tenho carinho por eles, mas não concordo com sua “humanização”. Esse exagero no trato com essas “crianças felpudas” traduz o fracasso do ser humano em lidar com os seus semelhantes: afinal, o cão é subserviente e não discute com o dono, enaltecendo seu desejo de poder.”
O 2º comentário é da Sra. Vania de Andrade: “A criação de cachorros em detrimento de crianças significa para o país o absurdo dos absurdos! Cachorros tratados como filhos… com tantas crianças precisando de adoção, de uma família. Acorda, povo!”
Por fim, o último comentário selecionado é da Sra. Maristela Gavioli, que diz : “Nada contra criar animais de estimação, mas dez cachorros não substituem um filho.”
A Bíblia diz em Pv12.10, que “O justo olha pela vida dos seus animais”. Mas, o tratar bem os animais, não maltratá-los e não fazer uso deles de modo cruel, não significa elevá-los à condição de membro da família, devotando-lhe cuidados e carícias que muitas vezes superam os dispensados aos de casa, o que é um desatino.
Por conta desse relacionamento esdrúxulo surge por parte de alguns, o cuidado excessivo a ponto de passarem por stress, se o seu animal num encontro com outro da mesma espécie, porém menos assistido, aproximarem-se e trocarem suas características amabilidades.
O cananeu ao substituir ou equiparar o animal aos seus parentes íntimos, cometeu excesso.
Numa nação tão carente como a nossa, carente de disciplina e sobriedade na administração do que seria direcionado ao povo sofrido (saúde, educação e segurança – pontos básicos tão essenciais para o fortalecimento de uma nação e tão banalizados por propostas enganadoras), o exagero de um brasileiro no tratamento luxuoso e supérfluo dado a um animal, é um escárnio. É zombar de um leque de carências de alguém que lhe é tão próximo e que sua alienação não lhe deixa ver.
A grande mídia precisa ser confrontada com o aprendizado bíblico! O consumo vicioso precisa ser trocado pela leitura do evangelho! A família não pode ser sutilmente destruída por nossa negligência em buscar os conselhos de Deus. Escutemos e percebamos o tom da voz de Jesus quando ele diz que não é para darmos aos cães o que é santo (Mt 7.6).
Que o jovem casal lembre-se da importância do berço na mobília do seu lar e que o filho possa chegar encontrando o amor para ocupar seu lugar especial, na direção do Senhor.
Que nas residências dos mais experientes, cujos filhos saíram para armar suas tendas, que permaneça o bem-estar familiar e a assistência necessária de ambas as partes, pais e filhos, preenchendo com a doce presença do Espírito Santo , qualquer espaço vazio!
Ev. João Batista
FONTE: Revista VEJA, edição 2429 e 2430, de 10/06 e 17/06/2015